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Entenda o que é gestão de risco de crédito



Calcular o risco de crédito é identificar a chance de um contrato ser cumprido ou não pelo tomador do dinheiro. Vender a prazo para um cliente é sempre uma ação que envolve riscos para qualquer empresa, mesmo que se tomem precauções. Afinal, é praticamente impossível ter total garantia de que o valor concedido será pago. Antes de abordar estratégias para a gestão de risco de crédito, é fundamental entender do que se trata esse risco propriamente dito. Em resumo, o risco de crédito se refere à probabilidade de um cliente faltar com os pagamentos de qualquer tipo de dívida. A inadimplência está presente em praticamente todas as modalidades de transações financeiras que, de alguma forma, tenham a confiança como um dos fundamentos.

Por sua vez, a gestão de risco de crédito é a forma como a empresa prevê o descumprimento de contratos, as consequências disso para os departamentos envolvidos e as ações tomadas para mitigar os danos causados. Em outras palavras, gestão do risco de crédito é o conjunto de práticas voltadas não só à redução dos riscos, mas a toda estruturação da empresa para lidar com os riscos e seus eventuais danos.

POR QUE A GESTÃO DE RISCO DE CRÉDITO SE TORNOU NECESSÁRIA No Brasil, para citar um exemplo mais recente e próximo da nossa realidade, a crise econômica reforçou a necessidade de planejamento para lidar com maus pagadores. Em outubro de 2018, a inadimplência das empresas cresceu 7,3% – comparado com o mesmo período do ano anterior.

Quando não há crescimento, as empresas precisam buscar o crédito para manter suas empresas operando. Porém, se não há retorno, o risco é de que não seja possível honrar todas as dívidas. A gestão de crise, que já é considerada como um desafio, encontra obstáculos ainda maiores diante de cenários como esse.

Em nível mundial, um grande marco dessa mudança de abordagem a respeito da gestão de risco de crédito foi a crise financeira de 2008. O impacto global dessa crise tornou evidente a necessidade de rever conceitos. Como resultado, os órgãos reguladores começaram a exigir padrões mais rígidos de aprovação de crédito e mais transparência. Tudo isso num esforço de garantir que os bancos tenham conhecimento aprofundado sobre os clientes e seu risco de crédito associado.

Devido a esse cenário, foi necessária uma atualização do acordo de Basileia, que foi denominado Basileia III, em 2010. Esse acordo consiste em um conjunto de propostas para a reforma das regulamentações bancárias. Com base nesse documento, a carga regulatória ficou mais rigorosa para os bancos. Por consequência, isso afetou também todas as empresas que realizam operações de concessão crédito, sejam da indústria ou do comércio.

Para se adequar a essa nova realidade e absorver os maiores custos de capital para a concessão de crédito, as empresas precisaram reformular suas abordagens sobre o problema do risco. Surgiu, assim, a necessidade das organizações criarem estratégias específicas para a gestão de risco de crédito.

DESAFIOS PARA UMA GESTÃO DE RISCO DE CRÉDITO BEM-SUCEDIDA Os sistemas de TI figuram entre os principais desafios para a gestão de risco de crédito. Isso ocorre porque essas plataformas são responsáveis por implementar modelos, ferramentas e processos que são usados para o gerenciamento. Vamos ver, a seguir, quais são esses obstáculos e como contorná-los. SILOS DE DADOS Muitas vezes, os dados estão armazenados em silos e o acesso a eles se torna mais complicado. Se os dados não estiverem acessíveis de forma simples, 24 horas por dia, podem ocorrer atrasos na geração de relatórios de risco de crédito. O acesso à informação deve ter fluidez e seguir um fluxo contínuo. Os envolvidos nos processos devem ter facilidade na compreensão dos dados. Isso significa que os mesmos devem estar bem estruturados. FALTA DE FLEXIBILIDADE Os sistemas devem ser flexíveis para permitir que sejam atualizados com frequência, de forma ágil e com baixo custo. Caso as atualizações dos modelos e ferramentas de risco existentes sejam lentas e onerosas, existe a probabilidade dessas soluções se tornarem obsoletas com muita facilidade. Isso prejudica a análise de risco de crédito, o que pode levar a avaliações insuficientes e perigosas. RELATÓRIOS DIFÍCEIS Se os dados de risco de crédito estiverem espalhados por várias planilhas individuais, a agregação, consolidação e geração de relatórios de risco se tornam tarefas extremamente demoradas e propensas a erros. Mais uma vez, destacamos que é fundamental ter organizados e estruturados os dados e as informações dos clientes, bem como mercado, projeções etc. Sabemos que, na prática, isso nem sempre acontece. Estabeleça processos e procure soluções de tecnologia que facilitem a localização dos dados. O volume de informações com que se lida é alto, o que dificulta a sua organização quando não há auxílio de ferramentas de automação. FALTA DE AUTOMAÇÃO Os fluxos de trabalho de avaliação de crédito e originação são processos de missão crítica, isto é, precisam estar ativos em tempo integral. Contudo, essa é uma tarefa bastante complexa, especialmente quando ainda existem processos manuais, lentos e burocráticos. A falta de automação na gestão de risco de crédito afeta diretamente a qualidade desses processos, pois diminui a sua eficiência operacional,aumenta os custos, e torna os erros mais frequentes.

A solução para contornar esse problema é:

  • Investir em softwares de gestão,

  • Contar com sistemas autônomos de avaliação de crédito,

  • Apostar em soluções inovadoras, como a utilização do BPM e Business Intelligence.

Ferramentas como essas ampliam de forma significativa o volume de informações processadas e tornam a gestão de risco muito mais segura e confiável. REGULAMENTOS DE CONFORMIDADE A profundidade, largura e interconexão dos requisitos regulamentares aumentaram bastante.

COMO DESENVOLVER UMA GESTÃO DE RISCO DE CRÉDITO CONSISTENTE? Agora que você já sabe a importância de contar como uma estrutura de gestão de risco de crédito, vamos mostrar como implantar essa estratégia de forma eficiente na sua empresa. OS CINCO C’S DO CRÉDITO

Os cinco C’s de crédito, como são amplamente conhecidos, correspondem aos seguintes elementos:

  • Caráter: se refere ao histórico financeiro do cliente e sua reputação no mercado. São analisadas, principalmente, as transações efetivadas no passado;

  • Capacidade: diz respeito às condições que a empresa solicitante do crédito dispõe para saldar a dívida;

  • Capital: corresponde ao patrimônio líquido da empresa-cliente e seus sócios. Envolve tudo que compõe o inventário do solicitante do crédito;

  • Colateral: envolve as garantias dadas em troca do crédito. Pode citar equipamentos da empresa, imóveis, ativos, entre outros;

  • Condições: tem como premissa a atual situação financeira do cliente, suas perspectivas e potencial para crescimento ou declínio.

Considerar cada uma dessas variáveis no processo de concessão de crédito é o ponto de partida para uma tomada de decisão mais segura, dada a diversidade de critérios analisados do cliente. BOAS PRÁTICAS PARA A GESTÃO DE RISCO DE CRÉDITO Para entender qual é o risco oferecido pelas concessões de crédito, é necessário ter uma avaliação do cenário e identificar os impactos que podem ser causados ao negócio. Um bom exemplo é o caso de empresas de crédito que lidam com diversos casos de inadimplência. Ao arriscar na concessão de crédito para um cliente com perfil de risco, a empresa pode tanto fechar um bom negócio, quanto ser levada a mais prejuízos. Algumas práticas devem ser aplicadas para garantir uma boa gestão de risco de crédito. A seguir, veja quais são:

1. CLASSIFIQUE OS PERFIS DE CLIENTES A avaliação do perfil financeiro do cliente, bem como seu histórico e reputação no mercado, é uma estratégia comum em empresas de crédito. No caso da gestão de risco, a empresa que é cliente e apresenta dados desfavoráveis, ao solicitar um novo crédito, deve ser classificada com perfil de risco. Dessa forma, em futuras solicitações, uma análise minuciosa deverá ser feita.

2. ATUALIZE E MONITORE AS REGRAS DE CRÉDITO Ter uma política de crédito dentro da empresa não é suficiente. Com o passar do tempo, o documento, assim como qualquer outro processo, se torna desatualizado. Com isso, é preciso que a política seja monitorada e reavaliada de tempos em tempos. Sempre que necessário, atualize o documento junto com as práticas de prevenção ao risco.

3. DEFINA LIMITES DE CRÉDITO A saúde financeira da empresa e a garantia de sua preservação dependem de práticas e tomadas de decisão conscientes. Para evitar que a empresa sofra no futuro e tenha grandes prejuízos com a inadimplência, o ideal é definir um limite seguro de crédito. Estude a viabilidade de crédito possível para o faturamento do cliente solicitante e defina um valor limite para o caso em específico. Leve em consideração a capacidade de pagamento que o cliente tem. Dessa forma, evita-se que um crédito acima do que o cliente pode pagar seja liberado. Outra forma de criar um limite é avaliar quanto sua empresa pode ter de prejuízo, sem sofrer um grande impacto, e estipular um valor abaixo como limite de crédito.

4. AUTOMATIZE AS ANÁLISES A análise automatizada captura e filtra todos os dados referentes ao histórico e reputação do cliente no mercado. As informações são cruzadas com as exigências definidas na política de crédito da empresa. Com isso, o próprio sistema avalia e define se o crédito será disponibilizado ou não. Ou seja, há muito mais segurança, além de agilidade, em uma análise automatizada.

A utilização de softwares aprofunda os processos de análise de dados e informações, permitindo às empresas lidar com diferentes fontes de análise, como por exemplo:

  • Histórico de transações financeiras;

  • Bancos de dados públicos e privados;

  • Consultas cadastrais em órgãos públicos, como Receita Federal;


A partir dessas informações, os setores de TI, de vendas, financeiro etc., podem trabalhar com um embasamento mais sólido sobre as condições do cliente. Isso garante uma concessão de crédito mais segura. Com efeito, os softwares incluem a divulgação e a análise de demonstrações financeiras e a implementação e execução de modelos internos de classificação de risco de crédito. Isso ajuda empresas da indústria e do comércio a automatizar fluxos de trabalho de crédito, o que contribui para tomar decisões de concessão mais fundamentadas. Por fim, como vimos, a gestão de risco de crédito é um processo indispensável no contexto atual.

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